A borracha desde sua descoberta, há mais de 500 anos, vem passando por um processo contínuo de aprimoramento que permitiu obtermos materiais extremamente elásticos, resistentes e que atendem a uma gama muito grande de aplicações em praticamente todos os segmentos industriais e da vida cotidiana. Foi a borracha, por exemplo, que permitiu o desenvolvimento exponencial da logística, a partir do início do século XX, que saiu do modelo de trens e carroças para veículos menores, mais rápidos, confortáveis, seguros e duradouros, através dos pneus, amortecedores e peças de vedação.
A 2ª Guerra Mundial foi um momento onde, devido à escassez de borracha natural no mundo, se intensificaram as pesquisas para desenvolvimento de borrachas e ingredientes que fossem capazes de atender as necessidades de vedações a líquidos mais agressivos, temperaturas mais elevadas e cargas cada vez maiores.
Porém, borracha não é “tudo igual”. Para poder atender exatamente às exigências da aplicação, ela precisa estar muito bem dimensionada na definição do tipo de elastômero base, tipo de cargas e óleos, sistema de cura e outros aditivos (antioxidantes, antiozonantes, auxiliares de fluxo), na proporção adequada de cada um deles, com um processo de mistura que garanta uma ótima homogeneidade de todos os ingredientes, aliada ao tipo e condições de processo de fabricação do artefato final. Estando toda essa equação bem equilibrada, temos peças idealmente concebidas para cada tipo de aplicação.
Um bom exemplo é que a borracha que se utiliza para pneus, embora seja uma borracha extremamente resistente em termos de desgaste, de resistência ao rasgo, tensão de ruptura e alongamento, não deve ser utilizada para fabricação de vedações para óleos e graxas e não pode ser utilizada para uso em temperaturas acima de 70°C.
Portanto, o que faz uma borracha “boa, resistente e durável” é exatamente o correto levantamento da sua aplicação, que embasará as escolhas dos seus ingredientes e condições de processo de transformação da peça final.