Autor: Adilson Rigo
A responsabilidade pela sustentabilidade socioambiental é um grande desafio para as organizações devido a pressões da sociedade, exigindo que assumam novos modelos de produção e consumo. Novos modelos de investimento seguem esta mesma linha, indicando uma tendência no mercado.
A dimensão “E” vem de “Environmental” do inglês, Ambiental. Está ligada à responsabilidade ambiental e ao impacto positivo que a organização gera no planeta. Nele se incluem pautas como mudanças climáticas, aquecimento global, emissão de gases poluentes, desmatamento e gestão de resíduos.
A dimensão “S” é relacionada ao conceito de “Social”. Estão incluídas pautas como direitos humanos, ética nos negócios, gestão da cadeia de suprimentos, diversidade, equidade e inclusão além dos impactos sociais resultantes das operações das empresas. Avalia as relações da organização com a comunidade e o impacto gerado pela operação na sociedade.
A dimensão “G” corresponde à Governança Corporativa. São processos, costumes, políticas, leis e instituições que são usados para fazer a administração de uma empresa. O principal objetivo é garantir a confiabilidade da organização, assegurando que os executivos atuem de acordo com os interesses dos acionistas. Têm por princípios a transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade.
Em um breve histórico, vemos em 1972 a Conferência Mundial do Clima de Estocolmo começou a abrir discussão sobre a garantia da estabilidade socioambiental para o futuro entre países industrializados, sobre o impacto causado pela humanidade e de que ações os governantes deveriam tomar para garantir o sistema econômico sustentável. O resultado foi a “Declaração de Estocolmo”, que trouxe 109 recomendações em um plano de ação, visando reduzir a degradação ambiental.
Até 2005 os principais relatórios, normas, códigos e ações estavam focados na esfera ambiental, após sucessivos desastres, principalmente nas indústrias petrolíferas, nucleares e de mineração, passando a regulamentar estas atividades.
Em 2005, o termo ESG começa a ganhar força, criado inicialmente por Kofi Annan, à frente da ONU, na época, que convocou grandes investidores a considerarem os requisitos socioambientais em seus investimentos. Assim, esta nova modalidade de investimento passou a não só considerar o viés econômico-financeiro, mas também a perspectiva dos seus impactos socioambientais.
Em 2015, a ONU publicou as ODS que norteiam até 2030 o desenvolvimento sustentável, que passaram a ser considerados pelo mercado financeiro. Desde então, os chamados títulos verdes, sociais ou sustentáveis passaram a apresentar grandes altas.
Exemplos de empresas que possuem agenda ESG bem definida estão crescendo juntamente com as expectativas de os fundos de investimento focarem nestes indicadores para seus aportes financeiros.
Um caso de sucesso que pode ser citado é o da empresa brasileira Via, controladora das Casas Bahia e Ponto. Em 2019, assumiu uma nova administração priorizando esta agenda. Um dos primeiros movimentos foi ter uma atuação mais transversal, permitindo a permeação do conceito em todas as áreas da empresa. Para isso, o envolvimento da alta direção é imprescindível. Estas ações envolvem o desenvolvimento da alta liderança e de um plano estruturado contemplando o desdobramento de metas e trabalhando a cultura da empresa para que os colaboradores em todos os níveis percebam o valor da sustentabilidade e assumam o protagonismo da transformação.